sexta-feira, 7 de abril de 2017

É possível um casal ficar "grudado" durante o sexo?


É talvez a situação menos esperada em uma transa. Ainda durante a penetração, algo ocorre que faz com que o homem não consiga retirar o pênis da vagina da mulher. Histórias assim circulam como lendas urbanas e aparecem em notícias e vídeos virais na internet. Mas fica a dúvida: é realmente possível um casal ficar "grudado" durante o sexo?

Há diversos casos de transa que terminam no pronto-socorro, como uma fratura no pênis ou um zíper da calça preso na genitália, mas especialistas dizem não conhecerem casos de que o homem fique preso pelo pênis.


Não é vaginismo

Um problema de contração vaginal que dificulta o sexo, o vaginismo, costuma ser associado a esse tipo de relato de casais presos pela genitália. Contudo, a ginecologista Carolina Ambrogini explica que o vaginismo não provoca esse tipo de fenômeno. "No vaginismo, a mulher não consegue ter penetração, ela contrai a vagina por medo de dor", explica.

A médica diz que não ocorrem acidentes assim pela contração involuntária da vagina. "Se [o vaginismo] provocasse isso, nenhum homem iria mais querer transar com as mulheres [com o problema]", diz Ambrogini, que coordena o Centro de Apoio e Tratamento do Vaginismo da Unifesp. Ela conta que nunca viu nenhum casal "grudado" em toda sua experiência hospitalar.


Vídeos mostram casais presos na África

Na internet, é possível encontrar vídeos que mostram casais que supostamente ficaram presos pelos órgãos genitais durante o sexo. Contudo, os especialistas afirmam que fenômenos extremos, em que um casal em tais condições é levado para o hospital, só podem estar associados a acidentes mais graves.

Uma explicação que pode estar por trás dos vídeos supostamente feitos na África é o uso de medicamentos que, quando ingeridos antes do sexo, causam efeitos durante a prática sexual. De acordo com estudo publicado pelo NIH (National Institutes of Health), órgão dos EUA de pesquisa biomédica, o uso de tais medicamentos ocorre em povos tradicionais e está associado à magia e ao cumprimento de regras morais, como a punição de casais adúlteros.

Em artigo sobre a medicina tradicional do povo Karanga, do Zimbábue, Tabona Shoko, pesquisador da Universidade de Leiden, na Holanda, descreve um fenômeno chamado de "runyoka", que faz parte de um ritual mágico em que medicamentos estão associados a fenômenos em que casais podem ficar "grudados".


Preso por alguns minutos e sem dor

O único evento natural que não envolveria um zíper, uma fratura do pênis ou substâncias e que faria um casal ficar preso durante a penetração é o chamado "penis captivus" (pênis cativo).

"É um fenômeno raro, que no século 19 era tratado como vaginismo. Porém, apesar de ser ocasionado por uma contratura muscular da vagina, os casais praticam um sexo saudável como antecedente", explica Elsa Gay, ginecologista do Hospital das Clínicas.

Em episódios de "penis captivus", a contração da vagina costuma ocorrer no momento do orgasmo. O pênis muito enrijecido, inchado pelo fluxo sanguíneo, fica preso. Contudo, a situação termina assim que as contrações rítmicas do orgasmo sessam e a vagina relaxa.

Dessa maneira, o "grude" causado pelo "penis captivus" duraria poucos segundos, no máximo alguns minutos, e não provocaria dor intensa. O único risco associado ao "penis captivus" estaria na tentativa do casal em forçar o desenlace.


Animais são diferentes

Nada é semelhante com o que ocorre com animais, como cachorros. A anatomia humana é diferente e não leva com tanta facilidade a eventos em que casais ficam grudados.

"O pênis de um cão tem um compartimento que se enche de sangue após a relação sexual ter começado, travando efetivamente o macho no lugar", diz Peggy Root, especialista em reprodução animal na Universidade de Minnesota, em reportagem da BBC.

Fonte: Uol

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