Porém, a raiz do preconceito começa desde a infância, quando a maioria dos pais evita discutir o assunto com os filhos. Na maioria dos casos, quando uma menina ou um menino acaricia ou toca seus genitais é reprimido e condenado, propagando a imagem na criança de que a manipulação das partes íntimas é um ato sujo e proibido. "Isso começa desde a infância. O menino pode andar pelado pela casa, a menina precisa cobrir o peito e o bumbum", lembra a psicóloga.
A reportagem procurou duas mulheres para falar sobre o tema e ambas pediram para não serem identificadas. C.E. tem 28 anos e diz que não tem o hábito de se masturbar, mas faz sempre que tem vontade. "Me lembro da primeira vez que me masturbei. Eu era adolescente, estava descobrindo as coisas", conta. "Acredito que a masturbação feminina não é assumida e de certa forma mal vista. Isso explica o fato de muitas mulheres não conseguirem atingir o orgasmo, porque não conhecem seu próprio corpo", opina.
S.F. tem 19 anos e costuma se masturbar toda semana. "Não me considero uma viciada, mas acho natural. Me ajuda muito a conhecer meu corpo e se eu estiver afim, pra que passar vontade?", indaga a jovem. "Eu sou uma mulher solteira e é mais fácil admitir que faço isso. Para uma mulher casada ou dentro de um relacionamento é mais difícil, porque envolve seu parceiro. Admitir que se masturba pode trazer uma imagem de vida sexual mal resolvida ou que a mulher tem que fazer isso por incompetência do seu parceiro", analisa S.F.
Ela afirma que na infância também era advertida pela mãe. "Eu era muito sapeca e minha mãe brigava muito comigo. Ela dizia: 'Tira a mão dai menina'. Era engraçado e não tinha malícia. Eu era apenas curiosa", conta a jovem.
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