A ejaculação precoce já foi
amplamente abordada pela imprensa. Contudo, a ausência de orgasmo – a chamada
anejaculação – é pouco conhecida e, por isso mesmo, menos compreendida. E não é
à toa que o tema não está em foco: estima-se que sua incidência esteja em torno
de 3% a 4% dos homens com menos de 65 anos – que experimentam dificuldade
parcial ou total de ejacular.
O urologista Rogério Vitiver, da
Clínica Miletto - em Brasília, explica que os pacientes que vivenciam o quadro
não se queixam de problemas eréteis – eles simplesmente têm dificuldade de
atingir o orgasmo, até mesmo através da masturbação.
As causas são
inúmeras e o diagnóstico preciso exige criteriosa avaliação. Fatores
psicogênicos, congênitos, anatômicos, neurogênicos, infecções, e alterações
endocrinológicas podem estar por trás do quadro. "A anejaculação também pode se
constituir como efeito colateral de medicamentos – como antidepressivos – ou do
uso crônico de álcool, maconha, cocaína, ecstasy e crack", explica o
especialista.
Diferenças
Alguns casos são
primários, manifestam-se desde o início da vida sexual. "Muitos homens, na
adolescência, têm seus primeiros orgasmos através da masturbação. Na prática, podem apertar excessivamente o pênis com as mãos no
intuito de atingir rapidamente o clímax, e isso pode dificultar o orgasmo com a
pressão mais leve exercida pelas paredes vaginais", esclarece Vitiver. Já os
secundários iniciam-se após alguma intercorrência física ou psíquica na vida
adulta.
A assistência urológica é essencial para
diagnóstico e tratamento da doença. Avaliação clínica e exames complementares
possibilitam a identificação dos fatores causais e a consequente definição de
uma conduta adequada. "Buscamos identificar os casos decorrentes de fatores
orgânicos e os que necessitam de terapia comportamental para controle dos
fatores psicossociais", enfatiza o médico. A terapia sexual ainda é a principal
forma de tratamento, já que a maior parte dos casos é de natureza psicológica.
Entre 18 e 59
anos, 31% dos homens sofrem de alguma forma de disfunção sexual. A disfunção
sexual masculina pode ser dividida em três grupos: o hipogonadismo, a
disfunção erétil e as desordens ejaculatórias. A última comporta, além da
anejaculação, a ejaculação rápida ou precoce, ejaculação retardada e ejaculação retrógrada.
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