terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Prazer em outra forma de sexo depende de consenso sincero

A prática sexual, de qualquer tipo, depende da expectativa compartilhada de se alcançar o prazer de uma determinada forma e do consentimento mútuo dos parceiros para o seu exercício. Se a realização do sexo anal já foi associada no passado apenas às mulheres de rua, hoje nota-se um movimento geral e irrestrito a favor dessa prática. 

Depoimentos ou discursos que revelam que só não gosta quem não conhece essa forma sexual ou que todas as mulheres precisam aderir essa prática erótica, proliferam por toda parte. No entanto, é importante frisar que essa forma de prazer sexual imprescinde de orientações. 

A dor e o desconforto podem acontecer durante a penetração anal porque a musculatura do esfíncter - diferente da vagina que possui elasticidade para acoplar o pênis - é muito rígida e quando estimulada provoca contração reflexa. Se não houver um relaxamento adequado a dor é inevitável. Outro fator que pode dificultar o relaxamento muscular é o medo, elevando ainda mais a dor. 

Vale esclarecer que o revestimento do ânus - por ser muito delicado - é mais vulnerável a traumatismos e pequenas fissuras que o da vagina. Além disso, o ânus, por causa do trânsito das fezes, é naturalmente povoado por bactérias causadoras de vaginites (inflamação da vagina) e infecções urinárias. Essa prática também aumenta a possibilidade de o homem contrair uma uretrite (inflamação da uretra - local por onde sai o xixi). 

Isto posto, torna-se inevitável o uso de preservativos pelos motivos acima expostos e por causa do risco de transmissão de Aids (haja vista a frequência com que os pequenos ferimentos ocorrem nessa prática sexual, tornando-se uma porta de entrada para o HIV). 

Por outro lado, a relação anal não expressa nenhuma tendência homossexual como muitas mulheres desconfiam de seus parceiros quando convidadas por eles a experimentar esse tipo de prazer. A homossexualidade se caracteriza pela atração por alguém do mesmo sexo e não pela penetração anal. 

A manifestação do desejo por uma determinada prática sexual pode se dar apenas por uma questão de curiosidade ou de preferência. Neste sentido, quando o desejo masculino apontar para a penetração anal, cabe à mulher decidir se também deseja expressar a sua sexualidade dessa forma. 

Se a relação anal é uma das formas encontradas pelo casal para se obter o prazer, o uso de lubrificantes neutros à base de água deve ser uma escolha para evitar maiores lesões da mucosa, e o uso de preservativos, como já mencionado anteriormente, um componente indispensável nessa prática sexual. 

Porém, se a penetração anal não for desejada pela mulher ou se ela constatar que não sente prazer com essa prática, é bom repensar nas alternativas criativas que possam elevar o prazer sexual do casal respeitando algumas diferenças que possam advir das partes envolvidas nesse relacionamento. 

Afinal, pode ser empobrecedor para a vida erótica de um casal não a ausência de uma prática sexual específica, mas não saber desfrutar do prazer que o sexo em toda a sua extensão pode proporcionar a ambos. 

A liberdade que garante a satisfação sexual não se sujeita a imperativos de qualquer natureza que não parta de uma escolha íntima e compartilhada na vida a dois. 


Margareth de Mello F. dos Reis - psicóloga e terapeuta sexual



Fonte: Portal Bonde

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É possível ter vida sexual saudável após os 40?

Tem-se o conceito errôneo de que os indivíduos com mais de 40 anos vivem uma sexualidade menor do que a dos mais jovens. Na verdade, num estudo feito em Curitiba, verificou-se que esta sexualidade tende a desaparecer quando não estimulada. Esta é uma das diferenças da sexualidade da mulher idosa e da jovem. Para a última, não é necessário estímulo para que ela floresça. 

Já para a mulher idosa, o estímulo tem que estar presente. Observa-se, então, que a sexualidade da mulher idosa diminui, na verdade, por morte ou separação do parceiro, ou seja, quando a unidade conjugal desaparece. No entanto, numa investigação mais detalhada, observa-se que persistem os atos masturbatórios e os sonhos orgásticos. Com os homens idosos e sem parceiras já ocorrem mais poluções e atos masturbatórios. 

Observou-se que 70% dos indivíduos idosos que relatam impotência ou frigidez de longa data (de quatro a nove anos) procuram ajuda médica exatamente porque encontraram agora, na terceira idade, uma nova parceria ou parceiro. 

Desta maneira, está claro que o indivíduo idoso solitário tem uma freqüência sexual baixa, pelo fato de não ter estímulo sexual e não pelo fator idade. Idade não significa envelhecimento, pois a capacidade vital do indivíduo, assim como a capacidade sexual, está ligada à sua idade biológica e não cronológica. Desde que o idoso não apresente doenças degenerativas, vasculares ou metabólicas, a sua capacidade sexual será normal. 

Em um trabalho feito no Núcleo de Estudos de Sexologia e Geriatria com um grupo de 150 mulheres da região Sul do Brasil, casadas há mais de 15 anos, da classe média e com idade variando entre 30 e 70 anos, verificou-se que as mulheres com mais ou menos 40 anos faziam sexo aproximadamente 12 vezes ao mês. 

Observou-se, porém, que as mulheres de 40 a 70 anos, em segundo matrimônio, faziam sexo em torno de 17 vezes ao mês. A latência orgástica das mulheres jovens é de 5 a 30 minutos e a da idosa é de 0,3 segundos a 7 minutos. Os orgasmos múltiplos aparecem com mais freqüência nas mulheres acima de 40 anos, que antes eram monorgásticas. 

Pfeffler diz que 6% dos idosos de 66 a 73 anos não gostam de fazer sexo, enquanto que entre as mulheres este número é de 33%. Porém, as mulheres afirmaram que isso ocorria por causa dos maridos (36% por morte; ou 20% devido a doenças), 12% devido a divórcios e 12%, à impotência dos maridos. 

Marilene Cristina Vargas, médica e sexóloga


Fonte: Bonde

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O ciúme pode prejudicar o relacionamento?

Como diz a música: ''Mas eu me mordo de ciúme.'' Que ciúme não é um sentimento gostoso de sentir, isso todo mundo sabe. Mas quem nunca sentiu ciúme que atire a primeira pedra. 

Quando estamos com alguém, queremos essa pessoa só para a gente. Geralmente a pessoa ciumenta sente uma dificuldade enorme de dividir a atenção do parceiro com outras pessoas, tem medo do abandono, de ser trocado(a) por outro alguém, do fantasma do(a) ex rondando por perto, da própria traição. Existem pessoas que o(a) parceiro(a) não pode virar a cabeça para o lado que o ciúme começa a crescer. 

Muitas vezes um passeio pode se transformar em um pesadelo para um dos parceiros. Qualquer ameaça ou insegurança pode fazer um belo fim de semana ser transformado em uma briga sem fim. 

O ciúme é uma emoção dolorosa demais. Podemos dizer que existem três graus para definir o ciúme. O primeiro ocorre vez ou outra, não chegando a ser um problema. No segundo, há a insegurança e o medo de ser abandonado e, por último, o ciúme patológico, quando o ciumento acha que toda suspeita é verdadeira. 

Podemos detectar alguns sinais de patologia quando um dos parceiros vive ''checando'' a agenda e o celular do outro, controla demais o horário, com perguntas do tipo ''você estava com outra pessoa?'', ou quando se proíbe o outro de alguma atividade em que não se é incluído. 

A psicoterapia tem ajudado casais a encontrarem o tempero certo da relação, resgatando a auto-estima e a confiança em si mesmo, melhorando assim o dia-a-dia dos dois. 

Mitos e Verdades 

- Mito: é normal um dos parceiros sentir ciúme do outro, isso é prova de amor. 

- Verdade: o ciúme limita, oprime e sempre angustia quem o sente. 

Lucianne Fernandes é psicóloga clínica especialista em Sexualidade Humana

Fonte: Bonde

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Vale tudo entre quatro paredes?


Sexo é um assunto sempre instigante e sempre muito controverso. Em cada cultura, em cada país, ele é tratado de uma forma particular. E mesmo dentro de uma mesma cultura, uma mesma cidade, o sexo é visto de ''n'' modos diferentes. O que é interessante e prazeroso para uns nem sempre é interessante e prazeroso para outros. Uma pergunta, por exemplo, que sempre persegue as pessoas, mesmo aquelas que se consideram esclarecidas e liberais, é se vale tudo entre quatro paredes. 

O fato é que não existe exatamente uma resposta definitiva. Vale e não vale. A resposta pode parecer ambígua, inconclusiva. Mas é a mais pura realidade. Entre quatro paredes, a sua permissão vai até onde o seu parceiro ou sua parceira permitir. O prazer do sexo necessita de compartilhamento, de troca, de entrega. Se apenas um dos participantes tem prazer, com certeza não haverá satisfação e quando não há satisfação, há frustração. No sexo, ninguém deve ser apenas coadjuvante. Os dois precisam ser protagonistas. 

É por isso que a resposta de 'se entre quatro paredes vale tudo' é tão complexa. Veja. Há pessoas que adoram o arroz com feijão, e o máximo de ousadia que se permitem é fazer uma ou outra variação de posições no momento do ato sexual. Preferem o sexo básico, sem grandes inovações. 

Já há os que adoram as fantasias, os complementos, os fetiches, as variações. Fazem de cada relação sexual um momento especial, transformando-o praticamente em um evento. Quem está certo? Todos estão certos, desde que respeitem o parceiro. 

A verdade é que cada pessoa, cada casal precisa encontrar o seu ponto de equilíbrio e de prazer mútuo. O sexo pode ser desfrutado de infindáveis formas. Há casais que se tornam tão amigos, mas tão amigos, com uma convivência tão tranquila e estável, que o sexo acaba se transformando num ato importante, mas não essencial à relação. Essas pessoas, muitas vezes, deixam de buscar as infinitas possibilidades de prazer a dois que o sexo pode oferecer. Mas é sempre bom estar alerta, pois muitas vezes quando tudo está bem, nada está bem. A acomodação pode se transformar em um enorme mal para as relações. 

Já outros casais preferem viver a sexualidade de forma mais intensa, usando a criatividade para melhorar a vida sexual. Até a reconciliação depois daquela briguinha pode ser transformada numa motivação a mais para o sexo ficar mais prazeroso. 

Márcio Dantas de Menezes é médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual


Fonte:  
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--105-20111217&tit=vale+tudo+entre+quatro+paredes

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Masturbação feminina, que mal tem?

Discutir sobre masturbação na sociedade  atual ainda causa constrangimentos. No entanto, especialistas dizem que a masturbação faz parte da descoberta sexual, sendo natural a prática entre homens e mulheres de todas as idades. Porém, o maior dos tabus é a masturbação feminina. "O sexo só não é tabu na mídia que se propõe a falar sobre isso. Quando se fala em masturbação feminina o caso é mais grave ainda. Se a masturbação masculina é proibida, a feminina é proibida em dobro", explica Devanira Domingues Demarque, psicóloga especialista em sexualidade humana. 

Analisando o contexto social, cultural e histórico da sociedade contemporânea, a masturbação feminina é praticada entre as mulheres, mas é insistentemente negada quando o assunto é colocado em pauta. Para Devanira, o nome masturbação choca a maioria, remetendo a um ato libidinoso. "As mulheres se masturbam, mas não assumem. Se chamássemos de toque a discussão seria mais fácil. A mulher se permite dizer que toca o seu corpo, mas se você insistir que é masturbação, muitas vão negar", afirma. 

Porém, a raiz do preconceito começa desde a infância, quando a maioria dos pais evita discutir o assunto com os filhos. Na maioria dos casos, quando uma menina ou um menino acaricia ou toca seus genitais é reprimido e condenado, propagando a imagem na criança de que a manipulação das partes íntimas é um ato sujo e proibido. "Isso começa desde a infância. O menino pode andar pelado pela casa, a menina precisa cobrir o peito e o bumbum", lembra a psicóloga. 

A reportagem procurou duas mulheres para falar sobre o tema e ambas pediram para não serem identificadas. C.E. tem 28 anos e diz que não tem o hábito de se masturbar, mas faz sempre que tem vontade. "Me lembro da primeira vez que me masturbei. Eu era adolescente, estava descobrindo as coisas", conta. "Acredito que a masturbação feminina não é assumida e de certa forma mal vista. Isso explica o fato de muitas mulheres não conseguirem atingir o orgasmo, porque não conhecem seu próprio corpo", opina. 

S.F. tem 19 anos e costuma se masturbar toda semana. "Não me considero uma viciada, mas acho natural. Me ajuda muito a conhecer meu corpo e se eu estiver afim, pra que passar vontade?", indaga a jovem. "Eu sou uma mulher solteira e é mais fácil admitir que faço isso. Para uma mulher casada ou dentro de um relacionamento é mais difícil, porque envolve seu parceiro. Admitir que se masturba pode trazer uma imagem de vida sexual mal resolvida ou que a mulher tem que fazer isso por incompetência do seu parceiro", analisa S.F. 

Ela afirma que na infância também era advertida pela mãe. "Eu era muito sapeca e minha mãe brigava muito comigo. Ela dizia: 'Tira a mão dai menina'. Era engraçado e não tinha malícia. Eu era apenas curiosa", conta a jovem. 

Apesar dos tabus, algumas mulheres vêm tratando do tema com maior naturalidade. Masturbar-se não é sinônimo de proibição, mas sim de prazer e autoconhecimento do corpo. "No momento do banho a mulher já pode tocar e sentir o próprio corpo. No pescoço é uma sensação, na parte anterior da coxa é outra. O importante é conhecer seu corpo e perceber qual parte lhe dá maior prazer", incentiva a psicóloga.




Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--74-20111213&tit=masturbacao+feminina+que+mal+tem

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Toda fimose precisa operar?

Excesso de pele pode atrapalhar o início da vida sexual e até causar câncer de pênis.


Fimose e excesso de pele no pênis são coisas diferentes. Uma precisa operar, a outra só opera se quiser. Em comum, as duas têm relações diretas com doenças perigosas.

A pior de todas é o tumor de pênis, que atinge 2% dos homens com câncer. “Uma vergonha para a medicina brasileira”, afirma o urologista Joaquim Claro, chefe do serviço de urologia do Centro de Referência em Saúde do Homem, de São Paulo.

Esse tipo de tumor acontece na grande maioria das vezes por higiene inadequada, ou seja, o homem não lava direito o pênis. “O excesso de pele pode contribuir com a doença por facilitar o acúmulo de resíduos, suor e urina”, explica Rubens Dias Cortina, urologista do Hospital Leforte.

Neste cenário, existem fungos que encontram um ambiente propício para se desenvolver. O resultado são inflamações consecutivas, que podem sensibilizar a glande (extremidade do pênis). “É daí que vem um mito da postectomia (circuncisão). Ela não deixa o pênis menos sensível, e sim recupera a sensibilidade normal”, esclarece.


Desde o nascimento

Cerca de 90% dos bebês nascem com excesso de pele ou fimose. Mas a grande maioria não requer intervenções médicas. A pele do pênis se ajusta com o tempo.

Mas é preciso estar atento a um erro comum. Muita gente acredita que é preciso massagear a pele do pênis, com movimentos similares à masturbação, para resolver o problema, porém isso pode piorar a situação. Se a pele for forçada demais, ela pode sofrer pequenos traumas e formar cicatrizes. Isso torna o tecido mais fibroso, mais inchado e com menos elasticidade, dificultando ainda mais a exposição da glande.

“É preciso operar imediatamente quando a fimose impede a exposição da glande e a saída da urina, pois isso força demais a bexiga e causa infecções perigosas ao organismo ainda frágil do bebê”, afirma Claro.

Em algumas crianças, a fimose é tão expressiva há apenas um pequeno furo, quase do tamanho de uma agulha, para a saída da urina. De tão apertada a pele, é impossível expor a glande. “Essa é a fimose nível um”, afirma Cortina.


A fimose nível dois é bem parecida, pois só permite expor parte da glande. Em seguida, a nível três permite expor a glande mas a pele forma uma espécie de anel que estrangula a extremidade do pênis, impedindo a passagem adequada de sangue.

“É preciso operar nos três casos”, diz o urologista. Nos níveis dois e três ainda é possível esperar a criança abandonar as fraldas, o que facilita a cicatrização do órgão.

A fimose nível quatro, na realidade, configura apenas um excesso de pele. Não precisa ser operada, mas o procedimento pode ser adotado na adolescência, caso o garoto esteja passando por seguidas inflamações. “Nestes casos, é comum também haver um freio curto demais”, ressalta Cortina.


O freio é a pele que liga a glande ao prepúcio, nome dado à pele que encobre a glande. Se o prepúcio for excessivo, o freio pode não ser longo o suficiente para permitir uma exposição confortável da glande. Na prática, isso significa que o homem pode ter dor nas relações sexuais.




Doenças sexuais

Excesso de pele também está associado às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Estudos internacionais indicam que a circuncisão reduz em 60% o risco de infecção pelo HIV, vírus causador da AIDS. “A operação também diminui o risco de HPV e câncer de colo de útero nas parceiras sexuais”, afirma Claro.

O procedimento cirúrgico é simples, feito com anestesia local em adultos e geral em crianças. O básico da recuperação leva uma semana, embora seja preciso esperar 30 dias para retomar a vida sexual.

Vale lembrar que não há risco da cirurgia causar disfunção erétil, bem como ter fimose não impede o crescimento natural do pênis.


Fonte: Saúde IG


Para conhecer mais sobre Fimose, Postectomia e Circuncisão visite o site:

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Envelhecimento pode prejudicar sexualidade da mulher?



É indiscutível que atingimos a diminuição da mortalidade precoce com os avanços da medicina durante o século XX e, com isso, contemplamos uma maior expectativa de vida. Desta forma, a população de idosos tem se elevado mais que as outras faixas de idade. 

Se considerarmos a realidade de nosso país, já observamos que o Brasil não é mais o país de jovens como o fora há algumas décadas. Neste sentido, ainda persiste a falsa crença de que a mulher mais velha não apresenta nem desejo nem vontade de exercer a sua sexualidade. 

Os mitos que giram em torno da sexualidade constituem grande parte das dificuldades que as pessoas enfrentam no envolvimento íntimo. Em se tratando da sexualidade feminina, durante o seu envelhecimento cronológico, as dificuldades tendem a se ampliar ainda mais. 

O que devemos ressaltar é que a expressão da sexualidade feminina também tem uma estreita relação com o contexto social ao qual a mulher pertença. Entretanto, mudanças fisiológicas ocorrem no decorrer da vida e a falta de informação da mulher sobre isso pode levá-la a limitações desnecessárias. 

A baixa dos estrogênios (hormônio responsável pelo bem-estar feminino) com a qual a mulher se depara nesse período da vida pode tornar a penetração vaginal dolorosa. 

O acompanhamento ginecológico é o caminho para a superação desse desconforto feminino. Ele poderá orientar sobre a utilização de cremes que possuam estrogênios em sua composição, de acordo com o caso. 

As carícias recebidas nos seios e no clitóris passam, também, a exigir mais suavidade, uma vez que os seios tornam-se mais flácidos com o passar do tempo e o clitóris torna-se mais sensível ao toque. 

Outro aspecto importante do envelhecimento feminino é o advento da menopausa. Esse período costuma ser marcado por alterações emocionais, psicológicas e hormonais, que variam de uma mulher para outra. O final da vida reprodutiva feminina não representa o final do seu prazer sexual. A terapia de reposição hormonal (com acompanhamento ginecológico) tem devolvido o bem-estar às mulheres nesse período do ciclo vital. 

O estado geral da mulher durante o seu envelhecimento depende tanto da capacidade para seduzir, atrair e desfrutar os prazeres que a vida oferece, já experimentada ao longo de sua existência, quanto da ausência de alguma doença adquirida com o avanço da idade. 

Porém, sem a existência de alguma doença que traga algum tipo de limitação para a sua qualidade de vida, a sexualidade da mulher mais velha tem acenado com a possibilidade de manutenção da satisfação já alcançada no decorrer de sua vida ou, ainda, com a possibilidade de descobertas da sua satisfação sexual aos 50, 60, 70, 80 anos ou mais, sem nenhum obstáculo. 

Margareth M. F. Reis, terapeuta sexual e de casais do Instituto H.Ellis (SP)


Fonte: 
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--8-20111201-201112021-1-386131

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Atração sexual pode prejudicar o relacionamento?

A atração sexual mexe ao mesmo tempo com todos os órgãos dos sentidos, intensificando as suas potencialidades. Com isso, a vibração de quem experimenta a atração sexual representa o seu alimento erótico e pode se manifestar de várias formas. 

Quando a atração sexual aproxima pessoas sintonizadas pelo sentimento, pela cabeça, pelo estilo de vida, além da sintonia do corpo, podemos considerar esse encontro propício para relacionamentos mais completos. 

Já no caso de pessoas que vivem a atração sexual em relação às idealizações que fazem da outra pessoa, elas nem sempre confirmam as suas expectativas quando têmoportunidade de um contato real com o seu objeto de desejo. Podem se desencantar a curto prazo com o aumento do contato, quando não encontram nas características presentes de sua parceria tudo aquilo que criaram imaginariamente sobre a outra pessoa. Tendem a procurar os aspectos que idealizam nas outras pessoas, criando um abismo entre suas expectativas e a realidade. 

Encontramos também aquelas pessoas cuja atração sexual repousa invariavelmente nas figuras inacessíveis e indisponíveis para um relacionamento. Pode ocorrer, inclusive, casos em que a pessoa poderá sentir mais atração sexual ainda quanto mais difícil se mostrar uma dada conquista. 

Sob este aspecto, o que move a motivação sexual em relação a alguém desejável tem menos a ver com a pessoa-alvo da conquista do que com o sabor do desafio em questão. 

Quando ocorre de a conquista se concretizar, a atração sexual se esvai e tende a dirigir-se a um outro alvo inacessível para reeditar o mesmo ciclo. Essas pessoas vivem em busca da vibração da atração erótica através daquelas situações que acreditam estar fora do seu alcance, mas que julgam poder conquistar. Portanto, a atração sexual se mantém até o limite da conquista. 

Esse representa o seu fim em si mesmo, impedindo relações de envolvimento e troca a dois. 

As atrações sexuais intensas decorrentes desses casos de idealização da figura desejável, ou de casos que exigirão muito investimento para se concretizar, ou ainda, que são fortes apenas nos primeiros contatos de paquera ou de namoro, quando se repetem sempre da mesma da forma, são exemplos de vibrações intensas de paixão que têm o tempo contado para enfraquecer. São, em essência, formas que impedem uma relação que envolva a outra pessoa e que propicie uma parceria capaz de produzir o 

alimento erótico adequado para cada momento da relação e dos projetos comuns da vida a dois. 

Margareth Reis, psicóloga clínica, terapeuta sexual e de casais no Instituto H. Ellis (SP)




Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--19-20111202&tit=atracao+sexual+pode+prejudicar+o+relacionamento

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Masturbação pode levar o homem à infertilidade?


Existem muitos mitos acerca da masturbação, que há tempos é vista como algo ''proibido'' e ''impuro''. Desde a velha crença de que se masturbar provoca o crescimento de pêlos nas mãos, a maioria destas suposições procura imputar alguma punição ou prejuízo para o indivíduo que se masturba. 

A masturbação (ou onanismo) nada mais é do que uma relação sexual praticada sozinho e que, no caso do homem, envolve a excitação, ereção, estimulação tátil do pênis e ejaculação. Deste modo, assim como numa relação sexual praticada a dois, não existe nada de prejudicial. 

Como já vimos nesta coluna, os testículos promovem uma produção contínua de espermatozóides, que são armazenados nos epidídimos (orgãos localizados posteriormente aos testículos); a maior parte do volume do esperma é gerado pela próstata e vesículas seminais, que no momento da ejaculação expelem suas secreções juntamente com os espermatozóides através do canal da uretra. 

Se um homem tem repetidas ejaculações num curto espaço de tempo, seja através de relação sexual a dois ou masturbação, pode não haver tempo para que estas glândulas reponham seu ''estoque'' de esperma. Deste modo, o sêmen eliminado será mais liquefeito, com menor volume e com uma concentração menor de espermatozóides. 

Mas isto não quer dizer que haja risco para a saúde do indivíduo. Guardado certo tempo de abstinência sexual, o esperma terá suas características ótimas novamente, estando este homem apto a fecundar uma mulher. 

Portanto, do ponto de vista médico, não existe o risco da masturbação levar à infertilizade ou dano à saúde do homem. Mas temos que observar que pode haver um quadro obsessivo em alguns indivídios, que se masturbam excessivamente e comprometem suas atividades cotidianas normais. Neste caso podemos considerar que a masturbação vai acarretar prejuízo mental e social para este paciente, o que requer tratamento psicológico e médico adequado. 

Mitos e Verdades 

- O homem que se masturba não fica impotente com o passar do tempo. Não há este risco, pois como numa relação sexual a dois, a masturbação se vale da fisiologia normal da ereção masculina, o que não tem nada de deletério. 

Juliano Plastina, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia